quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O QUE APRENDEMOS A FAZER COM MOISÉS


IV –
- O ministério de Moisés foi bem longo e está pormenorizadamente descrito nas Escrituras Sagradas. Por causa disto, a fim de que não nos alongássemos em demasia neste estudo, preferimos traçar um quadro menos biográfico de Moisés e já mais analítico de suas características, como se pôde perceber supra.

- Diante da perspectiva escolhida nesta lição, seria muito repetitivo analisarmos cada qualidade de Moisés, já que já o fizemos nos itens anteriores, à medida que íamos indicando pontos relevantes da vida de Moisés. Por isso, preferimos fazer apenas um resumo das qualidades apresentadas supra, a título de síntese do que devemos aprender na vida deste grande homem de Deus.

- Em suma, pois, são estas as principais lições que Moisés nos dá ao longo de sua vida:

a) conversão – torna-se necessário nos virarmos para Deus para podermos ser Seus servos. Moisés passou a fazer a vontade de Deus a partir do instante em que não quis mais os tesouros do Egito e quis assumir o vitupério do povo de Deus. Por causa disso, iniciou, ainda que sem entendimento, a busca da libertação do seu povo. Quarenta anos depois, no monte Horebe, reafirmou esta mudança de vida quando se virou para ver o que era a “grande visão” da sarça que ardia mas não se consumia.

b) santificação – torna-se necessário que nos separemos do pecado, que aceitemos o senhorio de Cristo em nossas vidas para que venhamos a ser instrumentos genuínos e autênticos na Sua mão. Moisés, ao tirar os sapatos como Deus lhe mandara, porque estava em lugar santo, deu um passo decisivo para poder servir a Deus e Lhe ser útil para o propósito de libertação do povo.

c) renúncia de si mesmo – Moisés, ante os obstáculos apresentados diante de Deus quando de sua chamada, revelou que havia se esvaziado de si mesmo, que não se considerava mais suficiente para a libertação de Israel no Egito. É um passo indispensável para servirmos a Cristo também negarmos a nós mesmos (Mc.8:34; Lc.9:23).

d) busca de conhecimento de Deus – Moisés, ao ser chamado por Deus, quis saber qual era o Seu nome, quis saber quem era Deus e, durante todo o seu ministério, vemos um esforço ininterrupto de Moisés para ter intimidade com o Senhor (e conhecimento, para o hebreu, significa intimidade). O apóstolo Pedro nos ensina que devemos crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo (I Pe.3:18). Como é importante que, assim como Moisés, sempre busquemos conhecer a Deus mais e mais. Foi esta característica que parece ter mais agradado a Deus, tanto que foi esta a qualidade exaltada pelo Senhor quando de Sua reação à sedição de Miriã e Arão.

e) prioridade à Palavra de Deus – Moisés, em todo o seu ministério, quis que o povo obedecesse à Palavra de Deus e fez questão de anunciar e ensinar a Palavra ao povo. Desde o primeiro instante, quando se apresentou a Israel após o episódio da sarça, até antes de subir o monte Nebo para morrer, Moisés teve a preocupação de “gotejar a doutrina” ao povo de Deus. Do mesmo modo procederam os apóstolos e nós devemos seguir-lhes o exemplo. A falta de conhecimento do Senhor leva o povo à destruição (Os.4:6).



f) a necessidade de sinais e maravilhas para confirmação da Palavra – Embora fosse extremamente cioso com o anúncio e o conhecimento da Palavra, Moisés sempre buscou que o Senhor confirmasse a Sua Palavra com sinais e maravilhas. A vida ministerial de Moisés é uma vida repleta de sinais e maravilhas da parte de Deus, muitos deles com o objetivo de confirmar e legitimar os ensinos e decisões de Moisés. Nesta nossa atual dispensação não é diferente: os sinais devem seguir os que crêem (Mc.16:17).

g) agir sempre segundo a direção de Deus – Moisés é um exemplo no tocante à fonte de nossas decisões. Moisés sempre clamava a Deus e somente fazia aquilo que o Senhor ordenava. Sua submissão à direção divina é uma das suas mais fortes características. Embora tivesse ficado famoso e tivesse sua liderança bem fortalecida, Moisés não ousava decidir, buscava sempre a orientação do Senhor.

h) humildade de espírito – Moisés era humilde, jamais quis tomar o lugar de Deus, tendo sido o principal responsável para que, no povo de Israel, se criasse um sentimento monoteísta tão forte e que perdura até os dias de hoje. Deus teve o primeiro lugar na vida de Moisés e, quanto mais Moisés se aproximou de Deus, mais Deus Se fez aparecer através de Moisés. Em seus cânticos, Moisés dá-nos o exemplo de única e exclusivamente adorarmos ao Senhor, não permitindo que a vaidade e a auto-confiança nos dominem. Além disto, sua humildade lhe permitiu receber e aceitar sábios conselhos da parte de Jetro e de ter sempre auxiliares dispostos a ajudá-lo na sua tão árdua missão.

i) gratidão – Moisés foi grato a seu sogro Jetro, recebendo-o com honras quando já havia libertado o povo de Israel no Egito. Também percebemos que a posição privilegiada que Miriã tinha no meio do povo era resultado da gratidão que Moisés lhe tinha desde a tenra infância. Moisés tinha um coração agradecido, prova de que o Espírito de Deus nele habitava. Devemos ser igualmente agradecidos, como nos recomenda o apóstolo Paulo (Cl.3:15).

j) descentralização – Moisés, embora tivesse sido chamado por Deus para liderar o povo, tinha consciência de que não deveria fazê-lo sozinho. Moisés é um exemplo a ser seguido no tocante à descentralização. Antes mesmo de receber e aplicar o conselho de Jetro, Moisés já determinara a Josué que comandasse o exército na guerra contra Amaleque. Depois da visita do sogro, criou os maiorais de dez, cinqüenta, cem e mil, para ajudá-lo nos julgamentos dos litígios no meio do povo e, por fim, pediu a Deus auxiliares na própria tarefa de direção do povo, quando lhe foram dados setenta anciãos. Moisés mostra-nos que o líder não deve o faz-tudo, mas deve ter juntamente com ele pessoas capazes, tementes a Deus e que aborreçam a avareza para ajudá-lo no ensino e na jornada do povo rumo a Canaã.

l) intercessão – Moisés sempre intercedeu pelo povo de Israel. Mesmo nos momentos mais difíceis, em que era pressionado pelo povo, Moisés nunca deixou de pedir em favor de Israel a Deus. Moisés é, assim, um exemplo de intercessor que devemos seguir, pois é nosso dever, como servos do Senhor, interceder uns pelos outros e por todos os homens (I Tm.2:1).

m) mansidão – A Bíblia nos revela que Moisés se tornou o homem mais manso que havia sobre a Terra (Nm.12:3). Com efeito, ao longo de seu ministério, percebemos que Moisés não se portava com arrogância nem com dureza, mas era manso, buscando a conciliação do povo com Deus e que as decisões drásticas fossem tomadas só em último caso.

n) direção de Deus – Moisés sempre clamava ao Senhor e dEle procurava ter a devida orientação para a tomada de decisões, inclusive no que se refere à sua sucessão. Mostra-nos, portanto, que não pode haver líder eficaz que não siga a direção do Senhor.

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